quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Laçamento de Edital Juventude Negra

JUVENTUDE NEGRA


NUFOC - Núcleo de Formação Cultural da Juventude Negra

Reconhecer e valorizar a importância da diversidade étnico-cultural afro-brasileira em nosso País, por meio da formação técnico-cultural de jovens negros. Este é o objetivo do projeto Juventude Negra, implementado pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Cultural Palmares, que está com inscrições abertas a instituições de Ensino Superior e entidades culturais, historicamente comprometidas com a Cultura Afro-brasileira.
Sob a coordenação do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Palmares, o projeto Juventude Negra será viabilizado por meio do I Edital Procultura – Núcleo de Formação Cultural da Juventude Negra. O Edital selecionará 10 projetos, visando a implantação de 10 Núcleos de Formação Cultural – NUFOC, em 10 Estados brasileiros. Serão selecionadas duas instituições em cada região brasileira (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste).

QUEM PODE PARTICIPAR

As instituições e entidades interessadas em participar do Edital e implantar um NUFOC devem ser ligadas diretamente a Universidades e Faculdades, públicas ou privadas, de todas as cinco regiões do País – ou manter parcerias sistêmicas com as mesmas.

Vale frisar que a formação técnico-cultural prevista irá não apenas capacitar tecnicamente os interessados, mas, também, apresentar aos alunos, por meio de um módulo comum, temas relativos à história e à cultura afro-brasileiras. Com isso, o principal diferencial deste projeto será a proposta pedagógica apresentada, elaborada de modo a articular as ações com as demandas da comunidade na qual a instituição esteja contextualizada, e os resultados pretendidos.

A expectativa é que o envolvimento com a história e a cultura afro-brasileira estimule os alunos, de forma geral, a refletir sobre seu papel na sociedade, particularmente no que diz respeito à forte influência da cultura africana na formação das bases culturais brasileiras, desenvolvendo uma consciência crítica. De forma particular, que esses jovens se identifiquem com novas posturas, criando novas oportunidades para experimentarem novos ‘olhares’ sobre as ferramentas e os mecanismos de trabalho nas diferentes áreas da cultura e sobre os seus resultados.

O QUE SERÁ O NUFOC

Os Núcleos de Formação Cultural da Juventude Negra deverão oferecer capacitação técnico-cultural a jovens afro-brasileiros, entre 16 e 25 anos de idade, viabilizando a sua formação como produtores culturais, aptos a atuar no mercado de trabalho e em suas comunidades, desenvolvendo e consolidando experiências na área.

Cada NUFOC terá como meta atuar diretamente com 600 jovens negros, todos provenientes das classes C, D e E, e escolhidos por processo de seleção. Estes alunos serão divididos em duas turmas: a primeira será composta por 300 universitários, que receberão um programa de formação e uma bolsa de apoio. A outra turma, com 300 alunos que tenham concluído o ensino médio, não receberá bolsa de apoio, mas, sim, um programa especial de formação e auxílio-transporte.

No total, serão capacitados 6.000, (seis mil), jovens negros em todo o Brasil.

ABRANGÊNCIA DO PROJETO PEDAGÓGICO

As iniciativas devem apresentar um planejamento de ensino que contemple obrigatoriamente propostas relativas a:

a) Formação em história e cultura afro-brasileiras;
b) Formação técnica em um segmento cultural;
c) Formação técnica com ênfase em gestão, tributação e legislação para o Terceiro Setor;
d) Criação do material didático a ser utilizado;
e) Orientação para encaminhamento de alunos ao mercado de trabalho, empreendimentos comunitários, atividades voluntárias e outros;
f) Emissão de certificação para a referida formação.


Além disso, as propostas devem observar os seguintes critérios:

· Cada instituição deve definir: carga horária, conteúdos e metodologia de ensino.
· O processo seletivo deverá ser estruturado com critérios claros e democráticos, e que atinjam diretamente o público do projeto.
· O sistema de ensino pode ser presencial ou semipresencial.
· Como toda a infra-estrutura para a realização do projeto é de responsabilidade do proponente, as propostas já devem apontar as disponibilidades e os diferenciais físicos para abrigar o Núcleo.
· Caso a instituição já possua programas nesse contexto, é interessante articular as iniciativas para ampliar os resultados.

INSCRIÇÕES

O Edital foi publicado no Diário Oficial da União no dia 27/10/2010* e poderá ser encontrado nos sítios da Fundação Palmares (www.palmares.gov.br) e do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br).


A inscrição das propostas deverá ser feita pelo sistema SALIC do Ministério da Cultura, (http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/).

O prazo de inscrições se encerrará no dia 11 de dezembro de 2010.

Dúvidas sobre o Edital poderão ser respondidas pelo e-mail editalnufoc@palmares.gov.br ou pelo telefone (61) 3424 0185 begin_of_the_skype_highlighting (61) 3424 0185 end_of_the_skype_highlighting.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Lideranças quilombolas reúnem-se para avaliarem ações da MALUNGU




Lideranças quilombolas estão reunidas de 10 a 13 de novembro na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, Belém, para avaliar as atividades desenvolvidas através do Fundo de Apoio às Comunidades Quilombolas, o fundo é uma parceria entre a FASE/Fundo DEMA - Amazônia e A MALUNGU com apoio da Fundação Ford do Brasil. O Fundo serviu para viabilizar a regularização de mais de vinte associações de remanescentes de quilombo em todo o estado do Pará fortalecendo politicamente a própria MALUNGU e ainda apoiar a geração de renda, extrativismo e produção familiar existentes nos quilombos. As cinco regiões que constituem a MALUNGU no estado estão reunidas para avaliar, planejar, monitorar e prestar contas da aplicação do fundo e para demandar sua possível continuidade. Através desse apoio ainda foi possível a identificação de novas comunidades quilombolas em todo o Pará, como por exemplo no município de Almeirim onde foram identificadas 36 comunidades negras potencialmentes quilombolas que ainda estão em processo de autoidentificação. Até o presente momento a avaliação discorreu de forma positiva quanto à aplicação do fundo. Espera-se com os resultados positivos dessa parceria que haja continuidade do trabalho. Vamos aguardar as deliberações finais.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Jornada de audiovisual leva oficinas aos infocentros do interior do Pará‏

Estão abertas inscrições para as oficinas do projeto SAMAUMA, uma das ações colaborativas do Programa NAVEGAPARÁ. O projeto vai capacitar sessenta pessoas nas técnicas de produção de vídeos, áudios e sites, mobilizando pontos de cultura, cineclubes e escolas a produzir conteúdos para exibição no programa “Ponto de Cultura Pará” da TV Cultura do Pará e também para publicação na internet.

O projeto “SAMAUMA-Jornadas de produção audiovisual em infocentros por pontos de cultura e cineclubes” vai realizar três jornadas de produção de audiovisual com oficinas de Roteiro e Direção de Vídeo; Produção e Finalização de Vídeo; Produção e Edição de Áudio; e Criação e Manutenção de Site. As jornadas vão acontecer em Ananindeua (Infocentro do Ponto de Cultura Ananin) no período de 10 a 14 de novembro; em Marabá (Infocentro do Ponto de Cultura Galpão de Artes de Marabá) de 16 a 21 de novembro e em Santarém (Infocentro do Pontão de Cultura Digital do Tapajós), de 5 a 10 de dezembro. Os participantes das oficinas têm que ter algum tipo de vínculo com infocentro, ponto de cultura, cineclube ou escola do projeto “Escolas de Portas Abertas”. A expectativa é que elas atuem como produtoras de conteúdos audiovisuais junto às organizações que os indicaram.

O projeto tem como meta produzir 30 vídeos e 30 áudios de curta duração para serem exibidos na TV Cultura e em telões nas áreas de acesso público do Programa NAVEGAPARÁ, visando socializar a produção com a população local e despertar o interesse da coletividade pela cultura digital. O “Manual de Produção em Software Livre” será distribuído aos participantes das oficinas e disponibilizado para download, visando disseminar o uso dos softwares livres. Também vão ser criados trinta sites como ferramentas de publicação de conteúdos audiovisuais e como estratégia de visibilidade das ações socioculturais dos parceiros do projeto. O “Mapa Olha Nós na Mídia”, um guia de sites e portais colaborativos de webradio e webtv, é outra ferramenta que o projeto vai adotar para estimular a publicação de conteúdos audiovisuais na internet através da rede de infocentros, escolas, pontos de cultura e cineclubes.

O Projeto SAMUAMA foi selecionado através de edital de apoio a projetos para ações colaborativas em Infocentros lançado pela FAPESPA - Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará, órgão do Governo do Estado do Pará. O projeto é coordenado pelo educomunicador Samir Raoni e tem como parceiros o Pontão de Cultura Rede Juvenil, Pontão de Cultura Pororoca da Cidadania, Pontão de Cultura Digital do Tapajós, Coletivo Pogobol, Circuito Polífônico, Associaação Paraense de Jovens Críticos de Cinema, Sr. Chefe e Rede Cine Norte.

SERVIÇO: A inscrição na jornada de oficinas é gratuita e pode ser feitas pelo site www.redecom.org.br. Informações pelo e-mail samaumacoletivo@gmail.com e pelos fones (91) 8154-1386 begin_of_the_skype_highlighting (91) 8154-1386 end_of_the_skype_highlighting e (91) 9245-7985 begin_of_the_skype_highlighting (91) 9245-7985 end_of_the_skype_highlighting.

INSCREVA-SE (AQUI)

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Força e Honra!!!

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Samir Raoni ۞
www.samiraoni.wordpress.com
(91) 8154-1386 begin_of_the_skype_highlighting (91) 8154-1386 end_of_the_skype_highlighting (novo)
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Constelação de Ações


Somos uma rede social de pontos de cultura e movimentos socioculturais fruto do projeto pont�o de cultura Rede Amaz�nica de Protagonismo Juvenil, realizado pelos Argonautas Ambientalistas da Amaz�nia em convênio com o Ministério da Cultura, uma ação do Programa Cultura Viva.

Venha pra rede:


Endereço: Cidade Nova II WE 16 n� 161 (altos)

CEP 67.130-440 Bairro do Coqueiro � Ananindeua/PA-Amaz�nia - Brasil



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cabelo e identidade

Penteados afro - Quilombolas de Nova Vista do Ituqui
Outro dia fiquei inquieto ao ouvir uma pessoa falando com um companheiro quilombola a respeito de seus cabelos, do quilombola, que estava feio o corte que ele havia feito e que por isso o andava escondendo debaixo do boné. O primeiro pensamento que me veio de assalto foi a canção de Chico César: “respeitem meus cabelos brancos, chegou a hora de falar, vamos ser francos, pois quando o preto fala o branco cala ou deixa sala com veludo nos tamancos, o cabelo vem da África junto com meus santos... se eu quero pixaim, deixa, seu quero enrolar, deixa, se eu quero colorir, deixa, se eu quero assanhar, deixa, deixa a madeixa balançar”. Para os povos africanos os penteados são sinônimo de beleza, criatividade e identidade. Embora tenha iniciado a discussão com o termo feio não quero aqui filosofar sobre o conceito do belo, deixo essa questão para os filósofos de plantão. Quero enfocar os cabelos como sinônimo de fortalecimento da auto estima da pessoa, pois foi isso que mais me incomodou naquele momento. As comunidades quilombolas historicamente sofrem um processo de exclusão e invisibilidade social ainda muito acentuado, prova disso é que se você perguntar a qualquer pessoa que esteja caminhando pela orla da cidade se há comunidades quilombolas em Santarém, provavelmente ela lhe responderá que não sabe, agora se você fizer a mesma pergunta para algum acadêmico de uma dessas universidades daqui eles chutarãoSaracura ou talvez Bom Jardim e se você for ao bairro de Santana, Uruará, Área Verde, Jutaí e Maicá, esses saberão responder pelos menos: Saracura, Arapemã e Bom Jardim. Faço lembrar que em Santarém existem dez comunidades quilombolas identificadas e reconhecidas. Associada a essa questão está o auto reconhecimento do ser negro ou preto, aqui a situação fica ainda pior porque todo mundo quer ser qualquer coisa e de qualquer cor, menos negro ou preto. Os motivos? Todos já sabemos. Diante de toda essa situação o movimento quilombola se lasca fazendo oficinas, seminários, palestras sobre a identidade e cultura negra para aumentar a auto estima do povo quilombola sabe para quê? Para chegar alguém de fora e dizer que o cabelo da pessoa é feio! Minha gente!!!!!!!!!!!!! Cabelo é que nem... joelho, cada um tem o seu do seu jeito e por isso todo mundo é feliz. Por isso meu povo quilombola não se importe com quem não reconhece a identidade do outro e nem a valoriza, pintem seus cabelos, cortem do jeito que vocês acharem melhor, não existe padrão, forma ou modelo estabelecido a ser seguido, quer dizer..., na verdade existem sim uns criados por aí que determinam quem tem boa ou má aparência, entramos na filosofia e na arte do conceito do belo, que é vendido pela imprensa televisionada e alienante, mas nós viemos para fazer o contrário, aliás, viemos para sermos nós mesmos do jeito que nós quisermos com cabelo feio, segundo os outros, ou não, o importante é que a identidade e a auto estima dos quilombolas seja preservada e vivificada. Se acontecer isso novamente, se não quiserem falar então apenas cantem: “respeitem meus cabelos brancos, chegou a hora de falar, vamos ser francos, pois quando o preto fala o branco cala ou deixa sala com veludo nos tamancos, o cabelo vem da África junto com meus santos... se eu quero pixaim, deixa, seu quero enrolar, deixa, se eu quero colorir, deixa, se eu quero assanhar, deixa, deixa a madeixa balançar”.
Por: Aldo Lima